MINISTÉRIO PASTORAL NAS IGREJAS

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Ampliando sua Visão sobre Adoração


 Texto base: Romanos 12:1-8

 1.  Introdução

Quero mostrar aos amados que louvar e adorar, tem uma amplitude muito maior do que normalmente notamos.  Muito mais que um momento no culto, “Louvor e Adoração” devem ser um estilo de vida, que reflete um desejo de comunhão progressiva com Deus e nossa intenção de cultuá-Lo, reconhecendo e exaltando Suas virtudes.
Vamos examinar a seguir, algumas palavras utilizadas na Bíblia e relacionadas à Adoração (bem como suas origens na língua grega), e a partir destas palavras, vamos ver três definições de adoração que irão ampliar a nossa visão do papel do adorador.

 

2.  Três definições importantes de adoração

2.1    Adorar é render-se  (do grego: “proskuneo”).

A palavra “proskuneo”, descrevia o gesto de curvar-se diante de uma pessoa e ir até o ponto de beijar os seus pés. Traduziria o ato de reconhecer a nossa insuficiência e a superioridade de Deus, colocando-nos à Sua inteira disposição. A idéia básica é a de SUBMISSÃO. Adoramos ao Senhor e nos submetemos a Ele reconhecendo Sua grandiosidade, mas também Sua misericórdia e amor por nós.
A passagem de Jo 4:20-24, relativa à conversa de Jesus com a mulher samaritana, traz 10 vezes “proskuneo” em suas diversas formas. O Novo Testamento destaca a palavra e suas correlatas, por 58 vezes.
Um exemplo marcante de utilização deste termo: a intenção de Satanás, na tentação de Jesus (Mt 4:9 “E lhe disse: Tudo isto te darei, se te prostrares e me adorares”. Lc 4:7-8 “Então, se me adorares, tudo será teu. Jesus respondeu: Está escrito: Adore o Senhor, o seu Deus, e só a Ele preste culto”.
O diabo queria ser adorado e apenas o gesto de Cristo se “prostrar”, seria uma vitória para ele. Jesus sabia que o gesto de culto, não podia ser desvinculado da própria adoração e responde : “Adore (proskunesis) o Senhor, o seu Deus e só a Ele preste culto”.
Só podemos nos “render”, só podemos nos “prostrar”, só podemos nos “submeter” ao Deus Criador de tudo o que há. Aquele que nos torna Seus filhos, quando entregamos nossas vidas 100% a Ele.

 

2.2    Adorar é servir (do grego “Iatreia”)

O sentido de SERVIR aqui, implica em “cultuar e oferecer atos de adoração, que agradem a Deus”. Hb 12:28 diz que: aqueles que aceitaram a Cristo como Senhor, receberam da Sua Graça para viver e servem a Deus, através desta mesma Graça.
Este termo é usado por Paulo em Rm 12:1, para descrever a dedicação de nossas vidas a Deus. Ofertar a Ele toda a nossa potencialidade, capacidade, inteligência, energia, experiência e devoção. Servir, como reconhecimento da transformação que Ele operou em nossa vida. Ele merece o melhor do nosso serviço como forma de gratidão.
A raiz de “Iatreia”, pode ser reconhecida na palavra “idolatria” (serviço a um ídolo). Dr. Shedd, em seu livro “Adoração Bíblica”, diz que nosso ato de servir a Deus, requer que o sirvamos em exclusividade. “O Senhor reivindica a totalidade do “serviço” (Iatreia) dos seres a quem Ele dá vida. A rebelião do pecado humano, enquadra-se nesta realidade: o homem serve no sentido de adorar o que não é Deus” (op.cit., p. 18).
Jesus foi absolutamente claro a este respeito na tentação, respondendo a Satanás : “só a Ele darás culto” (Mt 4:10). E por isso que não podemos fazer “jogo duplo” diante de Deus. Nada de “cara de santo” na Igreja e no dia-a-dia viver como o diabo gosta! Não podemos “servir a dois senhores” como nos diz Mt 6:24.

 

2.3    Adorar é reverenciar com temor sadio (do grego “sebein”)

Algumas pessoas, querendo fugir de um “formalismo exagerado” em seu tratamento para com Deus, partem para o outro extremo, desvalorizando a importância de estar diante do Todo-poderoso. Passam a agir tão vulgarmente, que ao invés de se mostrarem “mais íntimos” de Deus, tornam-se ridículos. Com o tempo, se esta postura não for corrigida, o “temor sadio”(que todos devemos cultivar pelo Senhor), dará lugar ao “desprezo de Suas ordens”.
A palavra grega “sebein” é traduzida como “reverenciar com temor”. Não é simplesmente “ter medo”, mas uma “reverente admiração com desejo de aproximar-se”. Não é um medo que faz fugir, mas sim aquele que anseia por chegar mais perto.
O Senhor é maravilhoso, amoroso, Sua misericórdia e graça nos abençoam todos os dias; mas isto não é tudo o que devemos saber sobre Deus. Temos que reconhecer não apenas a bondade de Deus, como também Sua severidade (Rm I 1:22; Hb 10:31; I Pe 1:16).
Ao mesmo tempo, não quer dizer que devemos viver “aterrorizados” pela presença de Deus. Trata-se de um temor sadio, por sermos alvo do Seu amor, fazermos parte da Sua família e do Seu Reino. O Criador de todo o Universo está ao nosso lado e por isso, ficamos cheios de um reverente temor e nunca de “terror”.
Jo 9:31 diz: “Sabemos que Deus não atende a pecadores; mas, pelo contrário, se alguém teme a Deus (‘theosebes’ – palavra derivada de ‘sebein’) e pratica a sua vontade, a este atende”. Quem quer adorar ao Senhor, sempre terá a preocupação: “O que é que agrada a Deus?”. Viver como o diabo gosta, despreocupado se o Pai aceita ou não o que fazemos, não pode ser a atitude de um verdadeiro adorador.